Estados Unidos, Austrália e Reino Unido concordaram com novas regras para compartilhar armamentos, avançando na integração de suas indústrias de defesa. Na quinta-feira, os três países atualizaram suas regulamentações, isentando-se mutuamente de limites para exportação de armas. Antes, a Austrália precisava de uma licença do Departamento de Estado dos EUA para adquirir armas americanas, um processo que podia levar mais de um mês. Com as novas regras, essa barreira foi reduzida.
Nos EUA, a mudança envolve a atualização do International Traffic in Arms Regulations (ITAR), e o Departamento de Estado anunciou uma “regra final provisória” que isenta Austrália e Reino Unido da necessidade de licença para 80% das vendas comerciais de defesa americana. Segundo um funcionário do Departamento de Estado, isso facilitará bilhões de dólares em comércio seguro de defesa entre as nações do AUKUS.
Austrália e Reino Unido também implementaram mudanças semelhantes. O Reino Unido informou que as isenções cobrirão US$ 643 milhões de suas exportações anuais de defesa, enquanto a Austrália eliminou a necessidade de 900 permissões para exportar bens aos EUA e Reino Unido, com um valor estimado em US$ 5 bilhões anuais. A nova regra dos EUA entrará em vigor em 1º de setembro e estará aberta para comentários públicos por 90 dias.
Nem todas as armas serão cobertas por essa mudança. Algumas restrições permanecem, como aquelas relacionadas a tecnologias de mísseis ou itens proibidos por tratados internacionais, como armas químicas ou minas terrestres. Além disso, itens relacionados ao AUKUS, como submarinos nucleares e tecnologias avançadas, ainda exigirão licenças. Contudo, a nova regra acelerará o processo para esses itens.
Apesar das limitações, os países celebraram as mudanças como um grande avanço. Richard Marles, vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa da Austrália, afirmou que essa é uma etapa fundamental para viabilizar o AUKUS, tanto no desenvolvimento de submarinos quanto no avanço tecnológico. Ele também destacou que, apesar de algumas tecnologias ainda requererem licenças, o processo será mais rápido no futuro.
Durante visitas a Washington, Marles discutiu com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e outros líderes diplomáticos. Eles anunciaram que, até dezembro, EUA e Austrália assinarão planos para a construção conjunta de munições. Marles enfatizou que o maior passo já foi dado.
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